Manga de Botica
Autor: Desconhecido
Centro de Fabrico: Real Fábrica de Louça (Rato), Lisboa (?)
Data: Século XVIII
Material: Barro
Dimensões (cm): Alt. 21,8; Ø 10,4
N.º de Inventário: PD0155
No século XVII e, por vezes, ainda na centúria seguinte, podia observar-se peças de faiança com cartelas mencionando o seu conteúdo. Esta prática, restritiva do ponto de vista prático da gestão de produtos numa botica associada ao avanço da medicina no século XVIII que conduziu ao afastamento de certos materiais, promoveu a manufatura de peças onde as cartelas se encontravam vazias. Aí, a identificação do seu conteúdo era feita através da colagem de folhas de papel no espaço destinado a esse efeito ou colocando números que permitiam uma gestão concertada entre o produto e uma listagem, que se alterava consoante a gestão farmacêutica da botica.
Acredita-se que este objeto seja proveniente da Fábrica do Rato (Lisboa). A Real Fábrica foi criada em 1767 para a produção de cerâmica na área lisboeta do Rato, daí o nome.
A génese da criação da fábrica advém das medidas protecionistas Pombalinas e, numa primeira fase, a Fábrica especializou-se na produção de modelos luxuosos, alguns dos quais para o próprio Marquês de Pombal.
Numa segunda fase manteve a produção de louça qualificada, maioritariamente de pintura a azul e branco.
A partir de 1818 a Real Fábrica sofreu uma gestão prejudicial, não conseguindo recuperar de crises sucessivas, acabando por encerrar as suas portas em 1835.