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PD0475

Dormição da Virgem
Autor: Desconhecido
Centro de Fabrico: Antuérpia, Flandres
Data: Século XVI
Material: Óleo sobre madeira
Dimensões (cm): Alt. 138,3; larg. 214,8
N.º de Inventário: PD0475

Esta pintura professa a tradição iconográfica e litúrgica da Igreja que no momento da morte da Virgem os discípulos se encontravam espalhados pelo mundo a anunciar o Evangelho, mas logo voltaram a Jerusalém para Lhe render homenagem, com exceção de Tomé. Na hora da morte da Virgem, uma dormição Santa, Jesus Cristo desceu para levar a Sua alma ao céu.

A assunção corpórea da Virgem foi confirmada pela mensagem do anjo e pela aparição dela aos apóstolos, à semelhança de que havia acontecido com Jesus Cristo.

Ao observar-se esta pintura verifica-se que a cena é composta por treze personagens. No centro a Virgem e em seu redor os doze Apóstolos, cada um deles exibindo uma pose, traje, expressão facial e gestual diferente. Os corpos, de tratamento maneirista, são exageradamente alongados e robustos contrariando a restante subtileza conferida aos semblantes e às vestes de cores quentes e vibrantes.

A figura da Virgem jaz serena sobre um ataúde castanho de desenho elaborado que por sua vez repousa sobre um estrado em tons de rosa seco. Está encostada à cabeceira, reclinada a ¾ e mostra rosto miúdo e sereno. Enverga vestes cinzentas, manto e véu azul e tem as mãos cruzadas sobre o ventre simbolizando a contradição e o amor de Deus.

O caráter simbólico desta cena é reforçado com a presença de elementos tais como os livros, aludindo à oração; uma palma que para além de representar o martírio está ainda tradicionalmente associada à figura do apóstolo João, o qual com esta encabeçou o cortejo fúnebre da Virgem afugentando o mal; a vela acesa, que era costume colocar-se na mão do jacente ou agonizante; o turíbulo sinal de reverência e oração; a caldeirinha e o hissope, sinónimos de purificação e de reconciliação; e a cruz processional sinónimo de redenção.