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MNAA926

Retrato de Frei Inácio de São Caetano
Autor: Desconhecido
Centro de Fabrico: Portugal
Data: Século XVIII
Material: Óleo sobre tela
Dimensões (cm): Larg. 106,4; alt. 85,4
Proprietário: Museu Nacional de Arte Antiga
N.º de Inventário: MNAA926

Sacerdote católico, teólogo e inquisidor-geral português. Adotou o nome de Inácio, por ter nascido no dia de Santo Inácio de Loyola, e o nome São Caetano, por ter sido batizado no dia de São Caetano de Thiene, fundador dos Clérigos Regulares.

Em 1732, assentou praça por ordem dos seus pais no Regimento de Infantaria de Chaves. Porém, como tinha mais vocação para os estudos do que para as armas, fugiu para Espanha, regressando em 1734 com o intuito de preparar a sua entrada num Convento de Carmelitas.

Em 1735, ainda adolescente, entrou para o Convento de Nossa Senhora dos Remédios, em Lisboa, tornando-se Frade Carmelita Descalço, um ano depois. Seguiram-se os colégios de Nossa Senhora dos Remédios (Évora) e de São José (Coimbra), onde estudou Filosofia e Teologia, respetivamente.

Em 1743, foi ordenado sacerdote. Dois anos depois, foi para o Colégio de São Caetano, em Braga, onde lecionou a cadeira de Sagrada Escritura e, posteriormente, de Teologia. Em 1754, é nomeado Prior do Colégio de Braga, passando, em 1757, a Prior do Convento de Carnide, em Lisboa.

Em 1759, recebeu a nomeação de confessor da futura rainha D. Maria I. Em 1768, foi nomeado pelo Marquês de Pombal censor régio da Real Mesa Censória (instituição criada com o objetivo de transferir, da Igreja para o Estado, a fiscalização das obras que se pretendiam publicar ou divulgar no Reino).

Em 1770, foi nomeado Bispo de Penafiel, confirmado pela Bula de Clemente XIV. No entanto, continuou a viver em Lisboa por vontade da Infanta D. Maria. Segundo alguns historiadores, não obstante a sua vontade em se mudar para Penafiel, foi impedido pela futura rainha, avessa à ausência na corte do seu confidente e guia espiritual.

Publicou diversas obras: em 1761 e 1762, respetivamente, “Portugal Agradecido” e “Gratidão Desempenhada”, sermões pregados por ele em dias de festa da corte; em 1772, a obra “Ideia dum Perfeito Pároco”; em 1773, publicou uma dissertação crítica e apologética da autenticidade do primeiro Concílio Bracarense de 411; em 1785 publicou a 2.ª edição da obra “Ideia dum Perfeito Pároco” (5 tomos); em 1776, publicou “Compêndio de Teologia Moral Evangélica” (6 tomos), para formar dignos ministros do Sacramento da Penitência.

Em 1778, renunciou ao Bispado de Penafiel e, posteriormente, foi nomeado Arcebispo de Tessalónica, a título honorífico. Em 1787, foi nomeado Inquisidor-Geral e depois Ministro Assistente ao Despacho, ficando assim com grandes poderes na corte.

Faleceu em 1788, sendo sepultado no Convento de Carnide. A sua morte é objeto de discussão face a uma hipotética tentativa de assassinato com sacos de areia, podendo ter sucumbido mais tarde aos ferimentos infligidos. No entanto, a versão mais realista sugere que faleceu de um ataque apoplético. Em 1790, os seus restos mortais foram transladados para a Basílica da Estrela.