Retrato do Rei D. João VI
Autor: João Baptista Ribeiro
Centro de Fabrico: Portugal
Data: Século XIX
Material: Óleo sobre tela
Dimensões (cm): Alt. 95; larg. 83,6
Proprietário: Museu de Aveiro / Santa Joana
N.º de Inventário: 22/A
Filho de Pedro III e de D. Maria I, nasce em Lisboa, em 1767. Substitui a sua mãe na regência do reino, quando esta foi declarada, por motivos de saúde, incapaz de governar. Torna-se príncipe regente de Portugal em 1799, mas só com a morte da mãe, em 1816, é aclamado rei.
Durante a infância e juventude preparou-se apenas para ser infante de Portugal, pois o herdeiro do trono era o seu irmão mais velho D. José. No entanto, a morte deste em 1788 alterou o rumo da sua história.
Aos 18 anos, casou-se com Carlota Joaquina, filha do rei Carlos IV de Espanha, quando ela ainda tinha 10 anos de idade, para continuar uma política de paz entre a Espanha e Portugal. O casamento foi infeliz, contudo gerou nove filhos dos quais oito chegaram à idade adulta.
O seu reinado foi difícil e ficou marcado por profundas mudanças à escala nacional e mundial: a Revolução Francesa e consequente guerra europeia, o Bloqueio Continental, a Campanha do Rossilhão, a guerra com a Espanha e a perda de Olivença, as invasões francesas, a guerra civil entre liberais e absolutistas, a independência do Brasil e as disputas políticas, matrimoniais e familiares intensas que influenciaram de forma decisiva a sucessão dinástica.
Devido às invasões francesas, em 1807, D. João VI refugiou-se no Brasil, juntamente com a corte portuguesa. Durante a sua estada, abriu os portos às nações amigas, criou a primeira Faculdade de Medicina, fundou a Academia Real Militar, o Jardim Botânico, o Arquivo Militar, a Biblioteca Real, a Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro, a Imprensa Régia, entre outras melhorias, sendo também reconhecido como o impulsionador do Estado moderno brasileiro.
D. João VI regressou a Portugal em 1821, atribuindo a Regência do Brasil ao seu filho D. Pedro.
Ao proclamar e jurar a Constituição de 1822, resultante da revolução liberal, provocou movimentos absolutistas, liderados pelo seu filho D. Miguel, como a Vila-Francada (1823) e a Abrilada (1824), as quais não tiveram sucesso.
Faleceu em 1826, no Palácio da Bemposta, em Lisboa. Pesquisas recentes revelaram que D. João VI foi envenenado com arsénio. Está sepultado no Mosteiro de São Vicente de Fora.
Sabia que… a expressão “Ficar a ver navios” poderá estar relacionada com D. João VI?
Em 1807, quando as tropas napoleónicas de Junot entraram em Lisboa com a intenção de encontrar D. João VI e a família real, verificaram que, poucas horas antes, este tinha embarcado em direção ao Brasil. Ou seja, as tropas napoleónicas ficaram “a ver navios”.