Tapeçaria: Caça à Raposa
Autor: Desconhecido
Centro de Fabrico: Bruxelas
Data: Século XVII
Material: Lã, seda e fio metálico prateado
Dimensões (cm): Alt. 262; larg. 301
N.º de Inventário: PD0163
«A tapeçaria apresenta uma cena de caça onde é retratada a deusa Diana ou Artemisa. Irmã gémea de Apolo, simbolizam ambos a luz: enquanto Apolo é o sol, a luz do dia, Diana ilumina‐se como lua quando o irmão desaparece. Eram filhos de Júpiter e de Latona (deusa do anoitecer e da maternidade). Temerosa das dores do parto que vira na mãe, pediu a Júpiter para guardar a virgindade para sempre. Júpiter armou‐a com arco e flechas e fê‐la rainha dos bosques. Atribuiu‐lhe um séquito de 80 ninfas, virgens como ela.
No quadro da tapeçaria a deusa aparece com o seu arco e a sua aljava, sem as suas ninfas, substituídas por duas figuras masculinas: a da sua direita, a empunhar uma flecha em posição de arremesso, poderia identificar‐se como o seu irmão gémeo Apolo, já que este também é representado com flechas, a significarem os raios do sol que dardejam sobre a terra. Assim, e como gémeo, Apolo acompanha a irmã Diana na sua caçada. À esquerda de Diana, uma personagem de capa vermelha conduz a dupla de cães. O trompista, em pleno desempenho sonoro, tem a seu lado alguém que poderá ter como função, conjuntamente com ele e com outra figura entre dois troncos de árvore, a de criar uma barreira para a raposa não fugir para aquele lado.»
Eduardo Magalhães
“A Música nas coleções do Paço”
«Nesta tapeçaria sob a temática da caça, nada mais natural que aparecer a trompa. A trompa de caça que se vê na tapeçaria é a trompa francesa, criada nos finais do século XVII (1680) e antecessora direta da trompa natural do modelo atual. É uma trompa metálica, enrolada em círculo de uma a três vezes, com o pavilhão voltado para cima. Esta trompa da tapeçaria apresenta somente um círculo de enrolamento de tubo.»
Eduardo Magalhães