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PD1186

Gravura do 1.º Duque de Bragança, D. Afonso
Autor: Carolus Leoni
Centro de Fabrico: França
Data: Século XVIII
Material: Chapa de cobre e papel
Dimensões (cm): Alt. 35; larg. 61
N.º de Inventário: PD1186

Dom Afonso de Bragança (1377-1461)
Filho natural do Rei D. João I, supõe-se ter nascido no castelo de Veiros, no Alentejo. Casou com Dona Beatriz Pereira Alvim, filha do Condestável Nuno Álvares Pereira e, em segundas núpcias, com Dona Constança de Noronha. Em 1442, é-lhe atribuído o título de Duque de Bragança.

Apesar de ilegítimo, D. Afonso recebeu sempre o apoio do pai. A proximidade era de tal forma notória que, em 26 de julho de 1398, é registada a sua primeira intervenção militar, na cidade de Tui, sendo aí armado cavaleiro.

Durante toda a sua vida, D. Afonso viajou pela Europa em compromissos diplomáticos e por iniciativa pessoal. Esteve em Inglaterra, na Escócia, na Espanha, na França, em Itália, tendo também participado em campanhas militares em Ceuta. Estas viagens influenciaram seguramente o seu modo de ver o mundo e de viver, sendo possível que tenha sido nas suas viagens que D. Afonso ganhou o gosto pelas obras de arte requintadas e pelos luxuosos paços. Dessa maneira se percebe a construção e reconstrução de vários palácios em Chaves, Barcelos e em Guimarães.

Segundo António Caetano Sousa «[f]ez estimação dos eruditos e grande apreço das memórias e coisas antigas. Teve livraria, que adornou de várias antiguidades, e muitas trouxe quando andou fora do reino, formando assim uma casa de coisas raras, a que hoje chamam Museu.»

Em dezembro de 1461, morreria na sua vila de Chaves, com cerca de 90 anos de idade.

Nas palavras de Rui Filipe Ferreira Pereira, «[a]pesar de toda a polémica que esta figura da História de Portugal provocou e continua a provocar, estamos sem dúvida perante uma das maiores personagens da história medieval nacional; provavelmente o homem mais influente da história do século XV português.»

Esta gravura representa-o em meio corpo, com armadura, manto e com a mão direita no cinto. Faz parte de uma série de retratos dos Duques de Bragança delineados pelo pintor Carolus Leoni.

Outrora, a gravura era um auxiliar inseparável dos livros, sendo o único processo passível de ser repetido nas obras escritas. Foi dos veículos globais mais eficazes para que se tomasse conhecimento visual do mundo e dos seus protagonistas. Só com o desenvolvimento da fotografia é que passou a ser relegada para o território do esquecimento, mas continua a ser uma fonte indispensável de conhecimento do passado.