Liteira
Autor: Desconhecido
Centro de Fabrico: Portugal
Data: Século XVIII-XIX
Material: Madeira, couro, metal, vidro, seda e algodão
N.º de Inventário: PD1337
Transporte de dois lugares, passível de ser puxado por mulas atreladas a dois varais laterais que são entalhados.
É pintada com tons acastanhados e dourados, com apontamentos marmorizados azulados nos caixilhos. É decorada com motivos vegetalistas nos painéis inferiores. Apresenta, no painel superior e no posterior, o brasão da Família Margaride.
O teto é em couro liso, preso por pregaria e o interior é estofado e forrado com damasco de seda amarelo.
Pertenceu ao pai de D. Ana Júlia Rebelo Cardoso de Meneses, 1.ª Condessa de Margaride (1838-1911).
Coleção Conde de Margaride
O acervo do Paço dos Duques de Bragança incorpora, desde 2003, uma coleção de traje proveniente da Casa do Carmo, doada pela família do Conde de Margaride.
São peças representativas do trajar do Conde de Margaride, Luís Cardoso Martins da Costa Macedo (1836-1919), e de sua mulher, D. Ana Júlia Rebelo Cardoso de Meneses (1838-1911).
Esta coleção reflete a vivência quotidiana e social de uma família que frequentemente participava em atos cerimoniais realizados na sua própria Casa, mas também em atos públicos externos – reais, militares, religiosos e de aparato. É uma coleção composta por 129 peças, de traje masculino e feminino, sendo o feminino em maior número. Trata-se de peças usadas quer pelos membros da família quer pelos criados que os serviam. Integram também este acervo os acessórios do vestuário, nomeadamente: um leque, luvas, travessões e ganchos de cabelo, plumas, rendas, alfinetes de chapéu e gravatas.
Esta doação testemunha a evolução do modo de trajar no período de tempo compreendido entre os finais do século XVIII e o final do séc. XIX, e representa as variações de gosto da aristocracia portuguesa, muito na senda das correntes de moda europeia.
É de realçar a elevada qualidade dos tecidos utilizados para confecionar os trajes, nomeadamente: sedas lisas ou lavradas, lãs simples em tafetá ou em veludo gofrado, linhos, algodões, tecidos mistos e mesmo acrílicos.
A execução destas peças ficava muitas vezes ao encargo de costureiros de grandes casas como, por exemplo, no caso masculino: em Braga a Alfaiataria Oliveira e Filho; no Porto, a casa Amorim, a Camisaria Gomes e a Chapelaria Maia e Silva & Filho; em Lisboa, o Alfaiate Leon Durand e a Camisaria Sport. Quanto ao traje feminino este era adquirido, por exemplo: no Porto, na casa de Lina Queiroz e na de Alberto Marinho; em Lisboa, na casa de Aline Neuville, de António Soares de Castro & Almeida, sucessores, bem como na de A. C. Serra; em Paris, em «Au Louvre confections».