Antecâmara
Nos Paços Senhoriais – ao contrário do que é vulgar nas casas de hoje – não existiam corredores. As câmaras – como então se dizia – sucediam-se umas às outras, caminhando-se dos espaços públicos para os espaços cada vez mais privados.
Ao entrar nesta antecâmara está a ter-se acesso ao que era o espaço de intimidade de D. Afonso – 1.º Duque de Bragança – e ao qual apenas acediam os que com ele privavam. Esta sala está imediatamente a seguir à Sala Grande ou Aula (hoje Salão Nobre) onde o Duque recebia os que o procuravam.
Os aposentos privados do Duque de Bragança desdobravam-se em dois pisos e eram constituídos por seis câmaras: três no piso 1 (primeiro andar) e outras três no piso 2 (segundo andar). A ligação entre os dois pisos fazia-se através de uma escada helicoidal (de uso privativo do Duque) e outra de tiro pela qual circulavam os que o serviam. As escadas originais quatrocentistas ainda existem atualmente, mas não integram o circuito de visita.
Hoje quem visita o Paço apenas tem acesso a três destas “câmaras”, todas situadas no piso 1 – a antecâmara, a câmara de dormir (hoje designado quarto) e a trascâmara (hoje designada Sala de Cipião).
A antecâmara era a câmara que antecedia a câmara de dormir (quarto).
Repare-se na lareira e na abertura quadrangular vedada por uma porta de ferro que aí se encontra. Esta lareira permitia fazer o aquecimento da câmara de dormir de D. Afonso sem que houvesse necessidade de entrar no quarto. Durante a noite, servidores iam mantendo a lareira acesa e propiciando o aquecimento do quarto.
Repare-se também no teto pintado com motivos vegetalistas, cenas de caça e os brasões do D. Afonso, I Duque de Bragança, e de sua mulher, D. Constança de Noronha. Foi pintado aquando das obras de restauro realizadas no séc. XX pela Direção Geral dos Monumentos Nacionais e pretendeu-se com ele chamar a atenção para o facto de na época estas habitações senhoriais serem ornadas com tetos decorados, tornando as câmaras mais amenas e confortáveis.